As habilidades e qualidades únicas dadas por Deus já são boas naturalmente, mas Ele ainda resolveu designá-las como “dons”, ou seja, presentes. Ganhamos “mimos” espirituais vindos diretamente do Autor da Vida que, por sua soberana e perfeita vontade, define quem vai ganhar o quê.
Sendo assim não cabem reclamações e nem birras dirigidas aos céus, “por que fulano é talentoso naquilo e eu não? eu queria ter a capacidade daquela pessoa...”. Tal comportamento não honra a Deus, pelo simples fato que revela ingratidão e insubmissão para com o que Deus determinou para recebermos.
No contexto da igreja tudo fica ainda um pouco mais delicado. Pois muitos assimilaram, erroneamente, o conceito, entendendo apenas os que cantam ou pregam como sendo agraciados com dons. O que não é verdade. As possibilidades são múltiplas, em número que nem conseguimos catalogar, dada a criatividade do Criador e, por consequência, a própria criatividade da criatura.
Lutero, ao defender o sacerdócio universal de todos os crentes, acertou bem no alvo. Somos todos vocacionados para dar nossa parcela de contribuição na gigantesca tarefa de anunciar o evangelho em todo o mundo. Um dos exemplos que o reformador dava era que se você fosse um sapateiro, deveria se dedicar para estar entre os melhores sapateiros, desempenhando seu ofício com total excelência. Ou seja, o nome de Cristo seria glorificado através do seu desempenho e testemunho.
I Pedro 4:10 é bem claro: “Cada um exerça o dom que recebeu para servir os outros, administrando a graça de Deus em suas múltiplas formas.” Em outras palavras, Deus dá, você administra. Este é o ponto que se requer todo cuidado. Você é livre para glorificar a Deus com seu talento, ou não. Infelizmente muitos usam o dom dado por Deus para descaminhos, desonras, destruições, decepções.
Desde 1982, mais de 150 criminosos foram identificados e julgados no Texas-EUA, graças aos retratos falados feitos pela desenhista forense Lois Gibson. Segundo a polícia, muitos desses casos não teriam sido solucionados sem os desenhos de Lois. Agora imagine se ela decidisse usar seu talento para produzir desenhos pornográficos? Estaria ajudando a desfigurar ainda mais muitos seres humanos. Por outro lado, seu dom tem sido útil para o cumprimento da justiça, o que certamente glorifica a Deus.
Continuamos recebendo dons de Deus. São verdadeiros presentes do céu. Também continuamos com a responsabilidade de administrar bem, fazer bom uso, a fim de glorificarmos o nome do Senhor através de nossas vidas. Pense nisso. O mundo está olhando o comportamento de todo aquele que carrega a marca de filho de Deus. Escolha bem os seus caminhos, administre bem os seus dons. Paz!
Edmilson Ferreira Mendes é teólogo. Atua profissionalmente há mais de 20 anos na área de Propaganda e Marketing. Voluntariamente, exerce o pastorado há mais de dez anos. Além de conferencista e preletor em vários eventos, também é escritor, autor de quatro livros: "Adolescência Virtual", "Por que esta geração não acorda?", "Caminhos" e "Aliança".
* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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