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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Nova lei de Hong Kong prejudicará missões, avaliam cristãos


Uma nova lei de segurança imposta pelo regime comunista chinês para controlar Hong Kong, tem gerado preocupação para ministérios cristãos internacionais com escritórios no território autônomo ou com conexões na região.

A lei que tem o objetivo de criminalizar o que chamam de “secessão, subversão, terrorismo e conluio com forças estrangeiras na Região Administrativa Especial da China” entrou em vigor em 30 de junho e, na prática, tem o objetivo de calar os críticos ao regime do ditador Xi Jinping.

Entre as primeiras pessoas presas por supostamente descumprir a lei, está uma menina de 15 anos e um homem que exibiu uma bandeira da independência de Hong Kong durante uma manifestação. Outros 360 manifestantes também foram detidos nas primeiras 24 horas em que a lei passou a vigorar.

Para conseguir a aprovação da lei sem provocar mais protestos, o Partido Comunista da China (PCCh) escreveu o texto em segredo e divulgou somente depois de aprovado. Além de perseguir os opositores, o texto permite ao regime comunista contornar a Justiça de Hong Kong, possibilitando o uso de escutas sem fio, extradição para o continente e processos criminais fechados.

Dentro das 7.000 palavras que compõem o texto, um trecho chama a atenção por permitir que pessoas de outras nacionalidades também sofram as penas e até sejam levados para a China se forem presos em Hong Kong. O artigo 38 diz que a “lei se aplica a pessoas que não têm status de residente permanente em Hong Kong e cometem crimes sob essa lei fora de Hong Kong”.

Desde a aprovação da lei, a China vem ampliando sua aplicação, ameaçando punir 600.000 pessoas que votaram em partidos pró-democracia nas eleições primárias, representando 8% da população da cidade. O regime diz que essas pessoas podem ter violado a lei em 12 de julho.

Na semana passada, o regime chinês anunciou mandados de prisão para seis ativistas pró-democracia que vivem no exterior, incluindo Samuel Chu, que atuou como pastor e há 25 anos vive nos Estados Unidos como cidadão naturalizado.

O fato de existir uma disposição específica da lei que proíbe “qualquer interferência estrangeira”, cristãos que atuam na região acreditam que isso poderá ser usado para impedir as missões, como acontece dentro do território chinês. Como não há uma definição clara do que seria “interferência estrangeira”, o texto pode ser aplicado até mesmo em relação aos religiosos.

Missionários estrangeiros e organizações missionárias internacionais afirmam que há anos Pequim vem aumentando a fiscalização sob atividades religiosas em Hong Kong. Segundo o Christianity Today, alguns ministérios afirmam ter sido obrigados a parar os trabalhos oficiais.

Alguns missionários, como Jonathan Lee (um pseudônimo), foram avisados por membros do regime comunista que suas atividades estavam sendo monitoradas. “Eles nos disseram que estavam assistindo nossos colegas em Hong Kong. Eles sabiam o que nossos colegas estavam fazendo ”, explicou.

A crescente perseguição aos cristãos dentro do território chinês mostra que os planos de Xi Jinping é interferir também na região autônoma, impedindo que o Evangelho seja pregado. Líderes já temem que aconteça uma forte perseguição que igrejas, missionários e organizações religiosas chegue a Hong Kong.

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